quarta-feira, 16 de junho de 2010

Doenças mentais e suicídios entre militares e policiais

Um artigo publicado no Army Times afirma que o suicídio de militares (inclusive já reformados) representa 20% do total de suicídios nos Estados Unidos. Como os militares representam muito menos do que 20% da população total, as taxas de suicídio entre militares é mais alta do que na população.
Dados de outro tipo confirmam que o problema é sério. Em 2009 houve 98 suicídios e 1868 tentativas. Só em janeiro deste ano houve 24! É um problema tão sério, diz a revista, que o número de suicídios é muito maior do que os dos mortos em combate.
Outro tipo de pesquisa revela que os problemas mentais aparecem depois de 6-7 meses de experiência com a guerra. Crescem os indicadores de depressão, de PTSD e outros. Esses problemas, com freqüência, co-variam com os problemas interpessoais. As famílias dos militares também pagam um preço elevado pela guerra, e as separações e os divórcios crescem.
No Brasil, há observações assistemáticas a respeito do suicídio nas FFAAs e nas polícias. Os policiais têm altas taxas de suicídio mundo afora.
As FFAA's americanas levam a auto-violência em sério e empregam psicólogos e psiquiatras, sendo que vários oficiais fazem uma especialização ou pós-graduação nessas áreas. Estudam e pesquisam o problema e dispõem de facilidades médicas especializadas.
No Brasil, infelizmente, esse tema é tabu – pelo menos nas polícias. Pesquisadores são barrados e o tema é considerado perigoso. Contudo, os problemas não são resolvidos através da negação da sua existência. Há militares e policiais sofrendo e, pelo menos no caso de policiais e suas famílias, ainda devem enfrentar o estresse adicional das constantes críticas. Mas a postura, em vários estados, é obscurantista, não faltando os que relacionam problemas mentais, como a depressão, à insuficiência da masculinidade.
Ainda temos um longo caminho a percorrer.

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