terça-feira, 9 de novembro de 2010

É válido esse tipo de apelação publicitária?



Esse é o novo comercial do Audi. Nem preciso comentar o quão achei de péssimo gosto o tema pra abordar o produto. Achei além de sem noção nada atrativo....a não ser pela polêmica que pode e deve gerar.


É válido esse tipo de apelação publicitária?


Até que ponto podemos chamar isso de sugestão?Apologia?Idéia infeliz?


Essa propaganda não se enquadraria juridicamente em "incitação ao suicídio"?




Em fim , coisas a pensar, volto aqui com refelxões. Em breve.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Discriminação - Quando o suicídio denuncia.

Discriminação leva jovens homossexuais ao suicídio


“Eu sempre fui o melhor em tudo”, diz Geraldo*, 19. Aluno dedicado e filho comportado, o garoto entrou em crise quando descobriu que é gay. “Vi que não seria o melhor em alguma coisa”, diz.

De tanto ouvir que sua vida estava errada, ele acreditou. Há um ano, injetou ar no braço, à espera da morte. Foi socorrido no hospital.

A história de Geraldo é semelhante à de quatro adolescentes norte-americanos que se mataram em setembro passado, alertando o país inteiro para um tipo de preconceito que pode ser fatal.

As mortes levaram o presidente Barack Obama a gravar um vídeo para o site It Gets Better (isso melhora, em português). A campanha (bit.ly/itgets) reúne depoimentos cuja mensagem é simples: ser gay não é errado.

Ainda assim, os homossexuais são uma minoria que sofre discriminação. Às vezes, a níveis insuportáveis.

Foi assim com o estudante de biologia Henrique Andrade, 21, que no dia 22 foi chamado de “bicha” durante uma comemoração de alunos da USP. “Falaram que eu estava manchando a festa.” Ele levou chutes e socos.

“A homofobia está na sociedade e faz com que o gay ache que ele vale menos do que os outros”, explica Lula Ramires, coordenador do Grupo Corsa (corsa.wikidot.com), que defende a diversidade sexual. A discriminação surge como ingrediente-chave nas pesquisas que apontam para a relação entre homossexualidade, juventude e suicídio.

O bullying pode causar o que os psicólogos chamam de “egodistonia” –alguém não gostar de como é.

“É um sofrimento muito grande se sentir fora da norma”, diz Alexandre Saadeh, psiquiatra do Hospital das Clínicas. “A discriminação, para alguém que é humilhado em casa, por exemplo, pode se tornar insuportável.”

PAIS & AMIGOS

A aceitação ou não dos pais é um fator de peso, segundo Miguel Perosa, professor de psicologia da PUC-SP.

“O jovem pode sentir que não pertence a esse mundo que o discrimina”, afirma.

“Suicídio passa pela minha cabeça todos os dias, está cada vez mais difícil”, desabafa o técnico em farmácia Caio*, 22. Demitido na semana passada, ele diz que foi dispensado porque é gay. Nos corredores, ouvia colegas o chamarem de “veado”.

“Me faz querer dar um fim a isso”, diz. “Eu respiro fundo, mas o pensamento é forte.” Há três anos, ele tomou veneno. Mas sobreviveu.

Psicólogos recomendam que jovens com ideias suicidas busquem ajuda profissional imediatamente. Amigos devem ficar por perto.

Outra sugestão é procurar entidades como o GPH (Grupo de Pais de Homossexuais, www.gph.org.br), que faz reuniões quinzenais para ouvir jovens gays.

Apesar de nunca ter tentado se matar, Paulo Souza, 20, participou desses encontros.

Há quatro anos, ele perdeu o namorado e amigo de infância que, aos 19 anos, pulou do sétimo andar.

“Ele achava que não tinha futuro sendo gay”, conta.

Sucesso e felicidade, no entanto, independem de orientação sexual.

Entre gays assumidos estão Ian McKellen, um dos mais premiados atores britânicos (o Gandalf de “O Senhor dos Anéis”) e Klaus Wowereit, prefeito de Berlim.

O ator brasileiro e gay assumido Evandro Santos, 35, diz que nunca pensou em suicídio. Famoso pelo papel de Christian Pior no “Pânico na TV”, ele foi expulso de casa quando era adolescente.

“Sobrevivi por um sentimento de vingança. Queria ficar vivo para as pessoas verem que eu seria famoso.”






VAI MELHORAR

A organização do It Gets Better calcula que os vídeos da campanha já tenham sido vistos 15 milhões de vezes.

“Estamos decolando!”, comemora o coordenador Scott Zumwalt, que trabalhou na campanha de Obama –e conseguiu a assinatura da republicana Laura Bush para a petição contra o bullying.

Segundo o Folhateen apurou, está sendo negociado um domínio brasileiro na internet para uma possível versão em português do site.
*Nome fictício

EQUAÇÃO DA MORTE


- Em 2008, 711 brasileiros entre dez e 19 anos se suicidaram; não há números específicos sobre gays
- Suicídio é a quarta maior causa externa de morte de jovens entre 15 e 19 anos (a primeira é homicídio)
- Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o número de suicídios em pelo menos dez vezes
Fonte: Ministério da Saúde

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FATORES INTERLIGADOS

- Pesquisas americanas mostram uma relação entre adolescência, homossexualidade e suicídio
- Jovens gays são de duas a três vezes mais propensos a tentar o suicídio quando comparados a jovens heterossexuais
Fonte: “Gay Male and Lesbian Suicide”, de Paul Gibson

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QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Sugestões para lidar com o bullying

1. Há situações em que é melhor não mencionar que você é gay. Se você pressente uma reação negativa, avalie se vale a pena se abrir

2. Em caso de bullying na escola, procure o diretor ou um professor. Denuncie a discriminação. É difícil, mas necessário

3. Ser gay não é bom nem ruim. Não determina caráter.
4 O autopreconceito pode ser pior do que o preconceito dos outros

5 Amigos devem acolher, compreender, aceitar e respeitar sua sexualidade
Fontes: André Fischer (do portal Mix Brasil, Miguel Perosa (professor de psicologia da PUC-SP, e Alexandre Saadeh (psiquiatra do Hospital das Clínicas)

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ÓDIO NA ESCOLA
Alunos concordam com as seguintes afirmações:

26,6%
“Eu não aceito a homossexualidade”

25,2%
“Pessoas homossexuais não são confiáveis”

23,2%
“A homossexualidade é uma doença”

21,1%
“Os alunos homossexuais não são alunos normais”

17,6%
“Os alunos homossexuais deveriam estudar em salas separadas”

p*tagline).
Fontes: Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em estudo de maio de 2009 realizado em 500 escolas públicas brasileiras



ESTÁ TUDO BEM







“Eu não sei o q ue é ser discriminado por ser gay.
Mas eu sei o que é crescer sentindo que você
não pertence a um lugar. (…) O que eu quero dizer é:
você não está sozinho. Você não fez nada de errado. (…)
E há um mun do inteiro à sua espera.”

BARACK OBAMA,
presidente dos EUA.